Pode uma dieta vegan realmente apoiar atletas ambiciosos?

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Investigações recentes fazem uma comparação entre os atletas que se alimentam à base de plantas e os seus colegas omnívoros.

Última atualização: 30 de novembro de 2020
Será uma dieta vegan sustentável para corredores?

A maioria de atletas está extremamente consciente do que ingere. Não só porque os alimentos errados podem levar a percalços gástricos a meio do treino, como também porque os alimentos certos podem impulsionar os recordes pessoais e uma recuperação mais rápida. Existem muitas opiniões sobre a possibilidade de as plantas fornecerem proteínas para a recuperação muscular e uma dieta sem carne poder reforçar a energia para determinados exercícios. Um estudo publicado no Journal of the International Society of Sports Nutrition apresentou uma descoberta importante: uma dieta vegan não tem efeitos negativos no desempenho.

Investigadores alemães recrutaram 76 corredores recreativos do sexo masculino e feminino. Os participantes declararam ser omnívoros (alimentação à base de plantas e animais), ovolactovegetariano (alimentação à base de plantas, ovos e laticínios, excluindo carne e peixe) ou vegans (alimentação à base de produtos que não têm origem animal). Os participantes realizaram um teste de exercício comparado numa bicicleta estática para avaliar a sua potência de saída máxima, uma medida que avalia a intensidade durante o treino e a respetiva duração. Após um aquecimento de 6 minutos a uma resistência de 50 watts, equivalente a cerca de um ou dois numa escala de 10 em termos de esforço, a resistência aumentou 16,7 watts por minuto até ao ponto em que os participantes não conseguissem pedalar mais.

Dito isto, que grupo teve o melhor desempenho? Todos os participantes atingiram o ponto de exaustão após cerca de 20 minutos. Na verdade, os investigadores determinaram que não existiram diferenças a nível da quantidade máxima de esforço sustentado entre os omnívoros, ovolactovegetarianos e vegans.

"A capacidade de exercício dos corredores recreativos é independente da dieta se for garantida a absorção de energia e a ingestão de nutrientes em quantidade adequada", afirma Josefine Nebl, coautora do estudo e investigadora de pós-doutoramento do Instituto de Ciência Alimentar e Nutrição Humana da Universidade de Leibniz em Hannover, Alemanha.

"Na verdade, os investigadores determinaram que não existiram diferenças na quantidade máxima de esforço sustentado entre os omnívoros, ovolactovegetarianos e vegans."

Os participantes fizeram refeições muito diferentes durante as 24 horas que antecederam o teste. Os vegans, por exemplo, registaram uma alimentação com mais hidratos de carbono, fibra, magnésio, ferro, ácido fólico e vitamina E, além de menos gordura e vitamina B12 em comparação com a alimentação dos omnívoros e dos ovolactovegetarianos. No entanto, desde que consumissem a mesma quantidade total de calorias adequadas, os ovolactovegetarianos e os vegans estariam tão bem preparados como os omnívoros para a prática de exercício, afirma Nebl.

Data de publicação original: 4 de agosto de 2020

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